Se você é fã de jogos do gênero survivors mas tá cansado da mesmice, Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors pode ser a pedida certa. Com uma proposta visual única e mecânicas que misturam o familiar com o inesperado, o jogo consegue se destacar num mar de clones de Vampire Survivors. Mas será que ele entrega uma experiência realmente memorável? Vamos destrinchar cada aspecto pra descobrir.
Gráficos: Um Conto de Fadas Distorcido
O primeiro impacto que Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors causa é visual. O jogo abraça uma estética de dark fantasy que remete a contos de fadas sombrios, algo como se Tim Burton resolvesse dirigir um filme do Pinóquio com doses cavalares de horror. As cores são vibrantes, mas num tom que beira o psicodélico, com personagens que parecem saídos de um pesadelo infantil.

Pinóquio, o protagonista (e inicialmente único personagem jogável), tem um design que mistura madeira envelhecida com detalhes macabros. Inimigos variam de criaturas deformadas a versões corrompidas de figuras clássicas, como um Lobo Mau com olhos brilhantes e presas alongadas. O cenário, por sua vez, é um labirinto gótico cheio de detalhes sinistros, desde árvores com rostos até baús que mudam de expressão quando abertos.
Apesar de não ser um jogo triple A, a direção de arte compensa qualquer limitação técnica. Efeitos de habilidades, como explosões de magia ou os ataques de tentáculos, são bem-feitos e dão peso aos combates. Se tem um ponto negativo, é que em fases mais caóticas, com dezenas de inimigos na tela, alguns efeitos podem atrapalhar a visibilidade.
Sons: Uma Trilha que Mistura Encanto e Terror
A trilha sonora oscila entre melodias de um conto de fadas clássico e batidas mais pesadas, quase como se o jogo estivesse transitando entre um sonho e um pesadelo. Os efeitos sonoros são satisfatórios—o estalo de um tiro de besta, o som de madeira rachando quando Pinóquio toma dano, o grito agudo de inimigos sendo perfurados por lanças—tudo contribui pra imersão.
O único porém é que, depois de algumas horas, a trilha pode ficar repetitiva. Não chega a ser irritante, mas uma variedade maior de músicas seria bem-vinda, principalmente nas fases de boss.
Jogabilidade: Sobrevivência com Camadas de Estratégia
Aqui é onde Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors brilha—e também onde ele complica um pouco as coisas. O jogo segue a fórmula clássica do gênero: você controla um personagem que ataca automaticamente enquanto se esquiva de hordas de inimigos. Mas as mecânicas de progressão são onde ele se diferencia.
No começo, você só tem acesso a Pinóquio e três tipos básicos de armas: lança (corpo a corpo), projéteis (ataque rápido a média distância) e magias (poderosos, porém lentos). Conforme avança, você coleta ovos de pesadelo (sim, ovos) que podem ser ativados ou devorados.

- Ativar um ovo fortalece uma habilidade específica, mas você só pode ter cinco ativos ao mesmo tempo.
- Devorar um ovo aumenta seus status gerais, mas também torna os inimigos mais fortes.
Essa escolha adiciona uma camada estratégica interessante. Você pode focar num build de magias poderosas ou distribuir buffs equilibrados, mas sempre com o risco de deixar os inimigos mais perigosos. Além disso, ovos têm tags que influenciam suas armas—se você devorar vários ovos com a tag lança, seus ataques corpo a corpo ficam prioritários e ganham efeitos extras, como perfuração ou golpes em área.
Os cartas de Tarô são outro destaque. A cada cinco ondas, você enfrenta uma fase desafio com regras alteradas—como um cenário de cabeça pra baixo ou um baú que solta moedas mas invoca mais inimigos. Vencer essas fases te recompensa com cartas que podem ser usadas como habilidades únicas ou consumidas pra buffs permanentes.
História (ou a Falta Dela)
Se você tá esperando uma narrativa profunda, pode ficar decepcionado. Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors não investe muito em lore—o enredo básico é que Pinóquio está preso num pesadelo e precisa sobreviver. Os elementos de conto de fadas sombrios estão mais na estética do que numa trama elaborada.
Dito isso, os detalhes ambientais contam uma história por si só. Inimigos e cenários parecem ter uma conexão temática, sugerindo um mundo corrompido por alguma força maligna. Não é Dark Souls nível de storytelling ambiental, mas dá pra sentir que há uma coesão por trás da loucura.

Conclusão: Vale a Pena Entrar Nesse Pesadelo?
Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors é um jogo que pega a fórmula dos survivors e adiciona camadas de complexidade sem perder a acessibilidade. A jogabilidade é viciante, o sistema de ovos e Tarô dá profundidade, e o visual é deslumbrantemente macabro.
Claro, tem seus defeitos—a trilha sonora podia ser mais variada, e a falta de uma história mais palpate pode afastar quem busca narrativa. Além disso, a dificuldade escala rápido, e algumas mecânicas não são tão bem explicadas (prepare-se pra testar muito no começo).
Veredito final: Se você curte o gênero e tá atrás de algo diferente, Dark Fairy Tale: Dreamland Survivors é uma ótima escolha. Não reinventa a roda, mas entrega uma experiência única o suficiente pra justificar horas de gameplay. Recomendo, especialmente pra quem gosta de builds estratégicos e estética gótica.
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