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Review – Oxenfree II: Lost Signals

Em um evento de entretenimento digital realizado recentemente, uma notável produção audiovisual veio à tona, fruto da parceria entre a gigante Netflix e o inovador Night School Studio. Intitulado “Enigmas Perdidos: Sinais Ocultos”, o projeto surpreendeu os espectadores ao apresentar uma fusão impressionante entre elementos sonoros imersivos e um requintado estilo artístico em 2D. A narrativa tem lugar em Camena, uma pitoresca localidade litorânea, onde o comportamento anômalo de ondas eletromagnéticas vem causando interferências abruptas em dispositivos elétricos e aparelhos de rádio.

Desenvolvedor: Night School Studio
Distribuidora: Netflix
Plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 5, Android, PlayStation 4, iOS, Microsoft Windows, Mac operating systems
Data de lançamento: 12 de julho de 2023
Valor: R$ 101,24 (PC Steam)

Protagonizando a história, temos a personagem Riley Poverly, que, a contragosto, retorna à sua cidade natal para empreender uma investigação a trabalho, sem imaginar que se depararia com um mistério de proporções inimagináveis. Dando vida a uma aventura repleta de reviravoltas, “Enigmas Perdidos: Sinais Ocultos” é um jogo narrativo cujo curso é definido pelas escolhas do jogador, conduzindo-o por uma intrigante trama de ficção científica ancorada na essência humana, proporcionando uma experiência de jogo profunda e emocionante.

O título em questão apresenta quatro mecânicas centrais que o distinguem notadamente de outros jogos do gênero. Duas delas são o “Dispositivo de Emissão Radiofônica” e o “Comunicador Bidirecional”. Compartilhando semelhanças, o dispositivo de emissão radiofônica captura sinais à medida que percorrem as diversas frequências radiofônicas de Camena. Característica marcante da série, ao explorar essa emissão estática, é possível estabelecer comunicação com entidades espirituais e, através desse vínculo, manipular o ambiente ao redor e até mesmo viajar ao passado.

Transformando-se em meu componente preferido do jogo, o “Dispositivo de Emissão Radiofônica” não apenas sintoniza sons, mas também a essência de lugares e sentimentos, contribuindo significativamente para a criação de uma atmosfera envolvente que confere um toque de grandiosidade a “Enigmas Perdidos: Sinais Ocultos”.

Em relação ao dispositivo codificado como “Sussurros Invisíveis”, uma intrigante adição neste contexto, oportuniza a comunicação com entidades viventes, abrindo possibilidades para aprofundar os enigmas que permeiam os arredores de um lugar desconhecido. Em sua jornada, contatos misteriosos se cruzarão em seu caminho, permitindo-lhe desvendar mais segredos sobre o território e a cidade enigmática. É importante notar que, embora esses encontros por vezes possam prover informações essenciais, os mentores desse enigma sempre deixarão a escolha de segui-los ou não inteiramente a seu critério. O aprendizado com esses guias sábios, a opção de seguir seus discernimentos ou não, tudo converge para uma jogabilidade interativa, intrínseca ao cerne da experiência.

A influência exercida pelas figuras do outro lado desse dispositivo enigmático é habilmente moldada por suas interações pessoais. Assim como nos relacionamentos da vida real, cada voz que ressoa nos “Sussurros Invisíveis” contribui para forjar uma dinâmica singular na trajetória da história de Riley. Em cada diálogo, reside uma importância vital, mesmo que o semblante desses interlocutores permaneça velado. Essa peculiaridade prontamente transparece no sistema de diálogos do jogo, que concede o poder de esculpir sua narrativa com base nas escolhas formuladas e nos diálogos que escolhe conduzir. A despeito de Camena ser uma parcela diminuta de terra cercada por mar, sua vastidão surpreende, pois revela-se um verdadeiro universo em si.

A influência do jogador, embora sempre relevante, adquire uma singularidade intrigante em Oxenfree II, onde a ausência de escolhas também desempenha um papel marcante. Diferentemente de muitas narrativas interativas que optam por um curso caso o jogador não se pronuncie, aqui, Riley permanecerá em silêncio até que a decisão seja tomada de forma consciente. Além disso, caso opte por interromper alguém durante uma conversa, isso também repercutirá na direção do diálogo. Cada aspecto do sistema de diálogo criado pela Night School Studio confere uma experiência singular, onde o peso de cada botão pressionado, ou escolha não efetuada, é inegável.

O mencionado “Transmissor Oculto”, também conhecido como “Falas Codificadas”, acrescenta uma dimensão intrigante às interações com outros personagens, permitindo uma mudança de curso ou a possibilidade de informar sua resposta diante de uma situação específica. A variedade de formas de interação com os demais personagens faz com que cada conversa no jogo se apresente como algo novo e valioso.

Estranhamente, como jogador, raramente sinto a necessidade de me comunicar com todas as pessoas que encontro. Tenho uma inclinação natural a focar nas missões principais e evitar extensas conversações. No entanto, a compulsão de dialogar com todos e cada um que cruza meu caminho em Oxenfree II evidencia o nível imersivo da narrativa do jogo. O mistério me envolveu de tal maneira que não só almejei alcançar os créditos finais, mas também investi na construção de relacionamentos com as pessoas que poderiam me auxiliar nessa jornada. Camena, com suas peculiaridades, encantos e um perturbador véu de escuridão, se ajusta perfeitamente a um gênero compartilhado por histórias como “Outras Dimensões”. E até mesmo as interações com os membros do “Parentage” transcendem simples decisões morais, adquirindo uma complexidade intrigante.

Após tanto anseio, a última mecânica que define essa experiência emerge como uma travessia singular. Inspirada por plataformas 2D, mas habilmente limitada em seus movimentos, a travessia do jogo encanta e envolve os sentidos, com efeitos ambientais precisamente orquestrados, mantendo-o alerta. Embora a natureza do jogo permaneça em um mundo bidimensional, ele revela uma encantadora verticalidade, permitindo explorar perigosos penhascos, escalando e descendo com rapel, manobrando pela paisagem para evitar perigos em seu percurso.

No capítulo anterior, confrontou-se com o sobrenatural, mas agora, em Oxenfree II, o desafio reside no misterioso Parentage, um culto cujo único intento é abrir um novo portal e extrair algo do processo. Ao avançar no jogo, desvendará seus motivos e os significados mais obscuros, testemunhando como o culto deixou sua marca sombria em Camena. As interações com o Parentage intensificam a vertente de terror do enredo, elevando constantemente a tensão à medida que transita por portais e através do tempo.

A essência envolvente de Oxenfree II emerge da mescla inigualável entre uma estética atmosférica singela e uma narrativa rica em profundidade. As escolhas cruciais que moldam a progressão da história instigam a vontade de empreender uma nova jornada. A trilha sonora, magnífica em sua beleza, em paralelo com um dos estilos de arte mais apreciados de todos os tempos, cativa os sentidos ao longo de todo o ano. A alegria e a intriga proporcionadas por Oxenfree II: Lost Signals parecem ser inesgotáveis.

O enigma visual do jogo traz consigo uma suavidade que nos leva a crer que estamos folheando as páginas de um livro de contos encantados a cada escolha feita. Com uma perspectiva assombrosa e encantadora do Noroeste do Pacífico, a equipe de arte do Night School Studio deslumbra com sua incomparável maestria em projetos ambientais. À primeira vista, o cenário pode parecer estático, mas a percepção atenta revela movimentos sutis nos ambientes e cenários, enriquecendo a atmosfera fantástica do jogo.

A jornada em Oxenfree II: Lost Signals é arrebatadora, permeada de um ar misterioso e meticulosamente esculpida em sintonia com suas próprias escolhas. Em todos os aspectos, a imersão é profunda, e a jogabilidade se entrelaça harmoniosamente com a trama do jogo, nunca desassociando-se, mesmo durante a transição de perseguir ondas radiofônicas para cruzar terrenos desconhecidos. Tudo isso se concretiza graças à maneira como você, como Riley, se integra perfeitamente à narrativa.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução e decadência do mundo dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc etc etc jogo quase tudo.

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