Morkull Ragast’s Rage é um jogo que chama atenção por sua proposta ousada: um metroidvania de baixo orçamento com elementos meta, inspiração clara em Hollow Knight e uma estética única de animação tradicional. Se você é fã do gênero e busca uma experiência desafiadora com toques de humor e narrativa quebradora da quarta parede, este título pode ser uma surpresa agradável — mas não sem seus problemas.
Arte e Animação: Beleza Manual com Limitações Técnicas
Um dos maiores destaques de Morkull Ragast’s Rage é sua arte completamente hand-drawn (desenhada à mão), com animações fluidas e um estilo visual que mescla influências de Hollow Knight com um toque retrô de desenhos animados antigos. Os cenários são ricos em detalhes, quase dignos de wallpapers, e os personagens — especialmente o protagonista esquelético — trazem um charme único.

Um detalhe impressionante é a variedade de animações de morte: ser espetado por espinhos, afogar-se ou até virar pixels após um ataque de aranha são pequenos toques que enriquecem a experiência. No entanto, há uma limitação técnica frustrante: o jogo só suporta resolução 1080p, algo incomum para um título com gráficos desenhados à mão, que poderiam ser escaláveis sem grandes dificuldades. Em 2025, essa restrição parece um retrocesso.
Gameplay: Combate e Movimentação com Altos e Baixos
O jogo se propõe a ser um metroidvania desafiador, com uma abordagem que lembra Dark Souls e Hollow Knight — poucos pontos de save, exploração punitiva e combate tático. No entanto, nem tudo é perfeito:
- O combate não é tão fluído quanto em outros jogos do gênero. Os ataques têm recovery frames longos, e a sensação de impacto nem sempre é satisfatória.
- O sistema de parry (contra-ataque) é mais permissivo do que o esperado, mas a movimentação pode parecer travada em certos momentos.
- A progressão é baseada em habilidades de movimento, como desbloquear novos saltos ou interações com o ambiente, o que mantém a exploração interessante, mas alguns obstáculos de plataforma podem ser frustrantes.

Apesar disso, o level design é bem pensado, com atalhos e caminhos interligados que recompensam a exploração. A dificuldade é alta, mas justa na maior parte do tempo — exceto por alguns trechos de platforming que parecem desnecessariamente cruéis.
Narrativa Meta: O Charme do Protagonista “Vilão”
Um dos diferenciais de Morkull Ragast’s Rage é sua narrativa quebradora da quarta parede, com diálogos auto-irônicos e referências ao jogador. O protagonista, um esqueleto maligno, tem um tom próximo ao do Deadpool, com piadas e comentários que quebram a seriedade do mundo.
Esses elementos meta são divertidos, mas poderiam ser melhor integrados à jogabilidade. Enquanto Inscryption ou Undertale usam a autorreferência como parte central da mecânica, aqui ela fica mais restrita ao roteiro — o que ainda assim é um respiro bem-vindo em meio à dificuldade.
Bugs e Problemas Técnicos
Alguns jogadores relataram bugs visuais, como câmeras travadas durante chefes ou problemas de foco. Apesar de não serem constantes, essas falhas podem atrapalhar a experiência, especialmente em um jogo que exige precisão.

Veredito Final: Vale a Pena?
Morkull Ragast’s Rage é um metroidvania sólido, com personalidade e desafios genuínos, mas que peca em polimento técnico e fluidez no combate. Se você é fã do gênero e não se importa com uma dificuldade elevada, vale a pena experimentar — especialmente pela arte, pelo humor e pelos elementos meta.
Um jogo cheio de coração, mas que poderia ser ainda melhor com alguns ajustes.
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