Rendering Ranger™: R² [Rewind] – Review do Clássico Run ‘n Gun

Rendering Ranger™: R² [Rewind] é um daqueles jogos que, por muito tempo, ficou restrito aos colecionadores devido à sua raridade e preço elevado no mercado de Super Famicom (a versão japonesa do SNES). Desenvolvido por Manfred Trenz, o lendário criador da série Turrican, este título é uma explosão de ação que combina elementos de run ‘n gun (como Contra) e shoot ‘em up horizontal (como Thunder Force). Agora, com seu relançamento digital, uma nova geração de jogadores pode experimentar sua jogabilidade desafiadora e seu visual impressionante.

Gameplay de Rendering Ranger™: R² [Rewind]

Gameplay: Ação Frenética e Desafio Intenso

O jogo alterna entre duas fases distintas: níveis de ação em plataforma e seções de nave horizontal. Nos estágios de run ‘n gun, o jogador controla um soldado equipado com um arsenal variado, enfrentando hordas de inimigos e chefes com padrões de ataque exigentes. A sensação de controle é precisa, mas o jogo não facilita – cada erro pode ser fatal, e a energia não regenera, exigindo estratégia e memorização de fases.

Já nas partes de shoot ‘em up, a perspectiva muda para um estilo similar a R-Type ou Gradius, com o jogador pilotando uma nave em cenários repletos de obstáculos e inimigos. A dificuldade aqui também é alta, mas justa, com padrões de ataques que podem ser aprendidos com prática. Um detalhe interessante é que as bombas (um recurso poderoso) recarregam com o tempo, incentivando o jogador a usá-las estrategicamente em vez de guardá-las indefinidamente.

Dificuldade: Para Jogadores Destemidos

Assim como Contra e Turrican, Rendering Ranger™: R² não é um jogo para iniciantes. Mesmo com o recurso de rewind (rebobinar), presente nesta versão moderna, a experiência ainda é desafiadora. A progressão exige paciência e habilidade, especialmente nos chefes, que possuem ataques bem definidos e exigem movimentação precisa. Quem conseguiu zerar esse jogo no hardware original merece todo o respeito – é uma conquista e tanto!

Visual e Som: Um Show de Efeitos Técnicos

Para um jogo de SNES, Rendering Ranger™ é impressionante. Ele utiliza sprites pré-renderizados (semelhantes a Donkey Kong Country), dando aos personagens e cenários um aspecto tridimensional único para a época. Os efeitos de rotação, zoom e transparência são usados com maestria, mostrando o que o hardware da Nintendo era capaz nas mãos certas.

O som também merece destaque, com trilhas eletrizantes que acompanham o ritmo frenético da ação. Os efeitos sonoros são simples, mas eficientes, embora alguns jogadores possam estranhar a falta de um alerta mais claro ao sofrer dano (apenas um leve piscar do personagem indica que você foi atingido).

Portabilidade e Emulação: Funciona Bem no Steam Deck

Esta versão do Rewind traz opções básicas de emulação, como save states, rewind e filtros de tela (incluindo um modo CRT, que não é dos melhores). No Steam Deck, o jogo roda perfeitamente, sendo uma ótima opção para jogar em qualquer lugar. Alguns pequenos bugs visuais, como sprites tremeluzentes, podem ocorrer, mas nada que atrapalhe a experiência.

Veredito Final: Vale a Pena?

Se você é fã de jogos clássicos de ação e shoot ‘em up, Rendering Ranger™: R² [Rewind] é uma jóia escondida que merece ser jogada. Sua jogabilidade desafiadora, visual inovador e a assinatura de Manfred Trenz fazem dele uma experiência única, mesmo décadas após seu lançamento original.

Apesar de ser um pacote simples, sem extras como artes conceituais ou making-of, o preço pedido é justo considerando a raridade do título. Se você curte Contra, Turrican ou Thunder Force, não deixe passar essa oportunidade.

Um clássico que resiste ao tempo.

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