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REVIEW: Dying Light: The Beast – A Volta às Origens Brutal

O Dying Light: The Beast chegou ao mercado com uma missão clara: resgatar a essência crua e adrenalítica que consagrou a franquia. Nascido de um projeto que inicialmente seria uma expansão para o segundo jogo, ele cresceu e ganhou vida própria, prometendo uma experiência mais focada e intensa. Para quem, como eu, acompanha a série desde o início, a expectativa era de um retorno às raízes, mas com algum tempero novo. E, depois de horas de parkour, sangue e zumbis, é possivel afirmar que Techland não só entregou isso, mas talvez tenha criado a experiência mais visceral e satisfatória da série até agora. Esta análise vai se aprofundar nos aspectos técnicos e de design que definem esta experiência, desde os gráficos e sons até a jogabilidade que redefine o fluxo do combate.

Gráficos e Ambientação: Um Mundo Hostil e Familiar

Do ponto de vista técnico, Dying Light: The Beast mantém o alto padrão estabelecido por seus predecessores. A ambientação é simplesmente primorosa, criando um cenário pós-apocalíptico que é ao mesmo tempo familiar e assustadoramente novo. Os detalhes nos ambientes degradados, desde o musgo crescendo no concreto até os entulhos espalhados pelas ruas, contribuem para uma sensação palpável de abandono e perigo. A iluminação, sempre um carro-chefe da série, continua desempenhando um papel crucial, com sombras profundas escondendo ameaças e criando uma tensão constante, especialmente durante a noite. Os modelos de personagens apresentam um nível de detalhe impressionante, com animações faciais que transmitem emoção de forma convincente, um aspecto que os fãs vão notar e apreciar, especialmente com o retorno de um protagonista clássico. A engine do jogo parece estar bem otimizada, entregando um desempenho fluido na maioria das situações, embora se note uma certa instabilidade nos low frames quando tecnologias como o DLSS estão ativas, um pequeno senão em um pacote visualmente sólido.

Trilha Sonora e Imersão Acústica

A componente sonora em Dying Light: The Beast não é meramente um acompanhamento; é uma ferramenta narrativa e de imersão. A trilha sonora marcante sabe exatamente quando se intensificar, elevando o clímax de uma perseguição ou a descoberta de um novo local, e quando recuar, deixando que a ambientação sonora do mundo assuma o controle. E é aqui que o jogo brilha: os sons ambiente são meticulosamente desenhados. O grunhido distante de um Infectado, o rosnado súbito de um Volátil à espreita, o som abafado dos próprios passos durante o parkour – tudo isso conspira para criar uma atmosfera de tensão quase insuportável. A mixagem de áudio é excelente, permitindo que o jogador localize ameaças pela audição, uma habilidade crucial para a sobrevivência. A imersão proporcionada pela camada sonora é um dos pilares que sustenta a experiência, tornando cada incursão pelo mundo aberto uma prova de nervos de aço.

Jogabilidade: A Evolução do Parkour e a Fúria da Besta

A jogabilidade é onde Dying Light: The Beast verdadeiramente se destaca e justifica sua existência como um título independente. O sistema de parkour, sempre o coração da franquia, recebeu refinamentos significativos. A sensação de controle sobre o personagem é notavelmente fluida e responsiva, com um feedback tátil que confere um peso real a cada salto, agarrada e aterrisagem. Mecânicas avançadas como o salto alto, o salto distante e a corrida na parede estão disponíveis desde o início, removendo barreiras iniciais e permitindo que o jogador se sinta poderoso desde os primeiros minutos. A decisão de remover o consumo de energia durante escaladas foi acertada, priorizando a fluidez do movimento e incentivando a exploração vertical de forma mais agressiva e contínua.

O combate, por sua vez, mantém a violência gratificante característica da série. A física de corpos e o sistema de desmembramento são exagerados e visceralmente satisfatórios, criando um feedback visual imediato para cada golpe. No entanto, o jogo não é um hack and slash mindless. A gestão de recursos, como a durabilidade limitada das armas, e a presença de hordas densas de zumbis forçam o jogador a equilibrar confronto e fuga. A introdução de veículos oferece uma alternativa de locomoção para distâncias maiores, embora o seu manuseio e resistência possam deixar a desejar em algumas situações; sua utilidade principal acaba sendo o puro stress relief de atropelar hordas de infectados.

A grande inovação, contudo, é o Sistema Besta. Este mecanismo, que permite ao protagonista acumular “fúria” durante o combate para desencadear um estado de poder avassalador, é uma adição transformadora. Neste modo, o jogador se torna uma força da natureza, capaz de despachar inimigos comuns com um único golpe e enfrentar criaturas maiores com uma vantagem significativa. A progressão deste sistema está inteligentemente entrelaçada com a narrativa, com melhorias sendo desbloqueadas através do avanço na história, o que fortalece a conexão do jogador com a jornada do personagem. Esta não é uma mecânica solta; é o cerne da experiência de combate, oferecendo momentos de puro poder catártico que elevam a satisfação a novos patamares.

História e Narrativa: Uma Jornada Linear e Pessoal

A abordagem narrativa de Dying Light: The Beast é uma das suas características mais definidoras. Ao contrário de narrativas complexas e com múltiplos ramos, o jogo opta por uma estrutura linear e focada, centrada em temas de vingança e sobrevivência. A trama é direta, apresentando os objetivos principais de forma clara desde o início, sem subterfúgios desnecessários. O retorno de um personagem conhecido como Crane serve como um forte elemento de conexão para os fãs veteranos, enquanto a introdução de uma nova protagonista é feita de forma orgânica. A narrativa não tenta reinventar a roda, mas sim fornecer um contexto sólido e eficaz para a ação. A integração do Sistema Besta na trama é um ponto alto, já que o desenvolvimento do poder do personagem está diretamente ligado ao seu arco emocional, criando uma simbiose rara entre gameplay e storytelling. É uma história que sabe o que é e entrega sua proposta com convicção.

Conclusão: Uma Recomendação Incondicional para os Fãs?

Dying Light: The Beast é, em sua essência, a culminação das melhores ideias dos dois jogos anteriores, refinadas e entregues em um pacote mais concentrado e intenso. Os gráficos e o design de som trabalham em conjunto para criar uma das ambientações mais imersivas e tensas do gênero. A jogabilidade de parkour está no seu ápice, oferecendo uma liberdade de movimento sem paralelos, enquanto o Sistema Besta injeta uma nova camada de estratégia e poder no combate, tornando-o mais dinâmico e satisfatório do que nunca.

Apesar de seu preço de lançamento estar dentro do esperado para um título triple-A nos dias de hoje – um valor que, é inegável, representa um investimento considerável – a qualidade e o polimento do produto justificam a etiqueta. Pequenos problemas técnicos, como flutuações ocasionais de frame rate com DLSS ativo, não são suficientes para manchar a experiência geral.

Portanto, a recomendação é clara: sim, Dying Light: The Beast é altamente recomendado. Para os fãs da série, é uma compra obrigatória, um retorno triunfal à forma que honra o legado da franquia. Para os novatos, serve como um ponto de entrada excelente e visceral ao universo de Dying Light. É um testemunho de como focar nos pilares fundamentais do gameplay pode resultar em uma experiência excepcional, um jogo que compreende perfeitamente o que seus jogadores desejam: ação brutal, parkour fluido e uma tensão que não dá trégua. Uma verdadeira obra-prima do caos zombie.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc jogo de tudo.

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