Net.Attack() é um daqueles jogos que chega com uma proposta única e consegue, mesmo em estágio inicial, chamar a atenção pelo seu conceito. Misturando elementos de roguelike com uma mecânica de construção de habilidades baseada em “código”, o jogo promete uma experiência diferente – e até certo ponto, entrega. Mas será que vale a pena mergulhar de cabeça nessa rede de combate cibernético? Vamos destrinchar gráficos, som, jogabilidade, narrativa (ou falta dela) e ver se o jogo merece sua atenção.
Gráficos: Estilo Cyberpunk com Personalidade
Visualmente, Net.Attack() não tenta competir com AAA, mas acerta em criar uma identidade própria. O estilo lembra um cyberpunk minimalista, com cores neon contrastando contra fundos escuros, dando aquela vibe de “matriz low-poly”. Os efeitos de habilidade são bem destacados, especialmente quando você começa a encadear módulos e ver seu código em ação – lasers, projéteis e explosões de dados dão um feedback satisfatório.

No entanto, não espere animações ultracomplexas ou cenários hiperdetalhados. O jogo sabe ser funcional, e isso pode agradar quem prefere clareza visual em meio ao caos dos combates. Alguns podem achar os modelos de inimigos um pouco repetitivos, mas considerando o foco na jogabilidade, é um sacrifício aceitável.
Sons: Eletrônico e Imersivo, mas Repetitivo
A trilha sonora acompanha o tema, com batidas eletrônicas e efeitos sonoros que remetem a um terminal hacker. Os sons das habilidades são bem implementados, especialmente quando você acerta combos de ataques – há uma satisfação tátil em ouvir os “beeps” e “boops” sincronizados com as ações.
O problema? A variedade. Depois de algumas horas, as mesmas faixas começam a se repetir, e alguns jogadores podem acabar desligando o áudio para colocar sua própria playlist. Não é ruim, mas poderia ser mais expansivo para evitar a sensação de déjà vu.
Jogabilidade: Programando sua Própria Diversão (ou Frustração)
Aqui está o cerne de Net.Attack(). Diferente da maioria dos roguelikes, onde você coleta habilidades prontas, neste jogo você literalmente monta seu próprio “código” de combate. Cada módulo (ou habilidade) tem condições específicas (“se acertar o inimigo”, “se matar um alvo”) e você precisa encaixá-los em uma sequência lógica para criar combos poderosos.

No começo, é incrivelmente gratificante. Ver sua construção funcionando perfeitamente, com projéteis que disparam lasers adicionais ao acertar ou curas que ativam quando você elimina um inimigo, dá uma sensação de “eu criei isso”. Cada personagem joga de maneira única – um usa ataques lineares precisos, outro se especializa em dano em área por infecção – e isso incentiva a experimentação.
Porém, a magia some um pouco quando você percebe as limitações. A variedade de módulos, apesar de numerosa no papel, na prática se resume a algumas combinações ótimas que você sempre vai priorizar. Além disso, a progressão é travada atrás de dificuldade artificial – para desbloquear novos personagens, você precisa venher runs com desafios que basicamente aumentam a vida dos inimigos e reduzem seus ganhos, sem nenhuma inovação real em gameplay.
Outro ponto é a falta de ferramentas para testar builds. Programadores de verdade vão sentir falta de um “debug mode” ou simulador para ajustar seus códigos antes de sair na batalha. Às vezes, você só descobre que uma habilidade não funciona como esperado no meio do combate, o que pode ser frustrante.
História: Quase Inexistente (e Tudo Bem)
Net.Attack() não se preocupa muito em contar uma história profunda. Você está em uma rede cibernética, hackeando sistemas e enfrentando firewalls e vírus personificados. Há um leve tom de rebelião máquina vs. operador, mas nada que prenda sua atenção.
Isso não é necessariamente um defeito – muitos roguelikes focam na jogabilidade e deixam a narrativa em segundo plano. Só não espere um enredo cativante ou personagens memoráveis aqui.

Conclusão: Vale a Pena Jogar Net.Attack()?
No estado atual, Net.Attack() é um jogo com uma ideia brilhante, mas ainda crua. A mecânica de programação de habilidades é inovadora e divertida, mas a falta de variedade em módulos e personagens, somada à progressão repetitiva, limita sua vida útil.
Se você adora experimentar sistemas únicos e não se importa com um Early Access em desenvolvimento, vale a pena dar uma chance – especialmente se a ideia de “hackear” seu próprio estilo de combate soa atraente. Agora, se prefere experiências mais polidas e completas, talvez seja melhor esperar atualizações que tragam mais conteúdo e refinamento.
No fim, Net.Attack() tem potencial para ser um roguelike marcante, mas ainda não atingiu seu pico. Fica a recomendação… com ressalvas.
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