Se você é fã de survival horror clássico, Heartworm é um jogo que provavelmente já chamou sua atenção. Desenvolvido com uma estética que remete aos grandes nomes do gênero, como Resident Evil e Silent Hill, o jogo consegue entregar uma experiência visual e sonora imersiva, mesmo com alguns altos e baixos na jogabilidade.
Gráficos: Beleza Retrô com Personalidade Própria
Logo de cara, Heartworm impressiona pelo visual. O jogo abraça uma estética retrô, mas sem parecer genérico. Os ambientes são variados e bem construídos, desde casas abandonadas até florestas coloridas que trazem um contraste interessante com o tom sombrio da narrativa. Os filtros de old-school são opcionais, mas mesmo sem eles, o jogo mantém um charme visual que lembra os clássicos do PS1 e PS2, com texturas propositalmente granuladas e iluminação atmosférica.

Um ponto forte são os designs de cenário e inimigos. Cada área tem sua própria identidade, evitando a sensação de repetição. Os callbacks a jogos como Resident Evil e Silent Hill são bem-feitos, mas sem serem cópias descaradas, o time conseguiu criar algo único dentro da nostalgia. Se você gosta de explorar cada cantinho, vai se surpreender com os detalhes escondidos, especialmente se der uma olhada mais de perto no modo de mira.
Sons: Uma Trilha que Eleva a Tensão (e o Drama)
A trilha sonora de Heartworm é outro destaque, a música oscila entre tons de dread absoluto e melodias mais melancólicas, que quebram a tensão em momentos estratégicos. A ambientação sonora é tão importante quanto os visuais aqui, algumas áreas têm um silêncio perturbador, enquanto outras são acompanhadas por tracks dramáticas que aumentam a imersão.

Jogabilidade: Puzzles Excelentes, Combate… Nem Tanto
Aqui é onde Heartworm divide opiniões. Vamos começar pelo que funciona: os puzzles. Eles são bem integrados ao mundo, exigindo lógica e atenção aos detalhes. Alguns até pedem que você anote informações ou fotografe a tela (sim, vai precisar de um caderninho em certas partes). A sensação de resolver um desafio complexo é recompensadora, especialmente quando você finalmente encaixa todas as peças.
Agora, o combate… Bem, é o ponto mais fraco do jogo. Se você espera uma experiência desafiadora como nos classics, pode se decepcionar. Os inimigos têm designs interessantes, mas a maioria é inofensiva, é possível stunlock muitos deles apenas usando a câmera, e a munição/curativos são absurdamente abundantes. Você praticamente precisa se esforçar para morrer.
O jogo tenta compensar com alguns chefes memoráveis (a aranha é um highlight), mas no geral, o combate acaba sendo mais um obstáculo burocrático do que uma fonte real de tensão. Felizmente, você pode correr da maioria das ameaças, o que talvez seja a melhor opção para quem quer focar na exploração e história.
História: Sam e Seu Passado Assombrado
A narrativa de Heartworm gira em torno de Sam, uma protagonista com um passado cheio de segredos. O jogo não reinventa a roda em termos de roteiro, mas a escrita é competente, com diálogos naturais e logs espalhados que ajudam a construir o mundo. Os documentos e memórias espalhados pelo cenário dão profundidade à história, e Sam tem personalidade suficiente para carregar o jogo sozinha.

Sem spoilers, o enredo tem reviravoltas familiares ao gênero, mas a execução é sólida, especialmente considerando que o jogo não se alonga desnecessariamente. Em 5 a 7 horas, você vê tudo que Heartworm tem a oferecer, e o pacing é bem dosado.
Conclusão: Vale a Pena Jogar?
Heartworm é um jogo que acerta onde mais importa: na atmosfera, nos puzzles e na nostalgia. Se você busca um survival horror com combate fácil e uma história cativante, vai se divertir. Agora, se espera um desafio à altura de Resident Evil ou Silent Hill, pode achar a experiência um pouco morna.
No fim das contas, é um jogo feito com amor e isso transparece em cada detalhe. Recomendo, especialmente para fãs do gênero que curtem uma experiência mais contemplativa. Só não espere sair dele com as mãos suando de tensão.
Um tributo competente ao terror clássico, com personalidade e charme, mas que peca na pressão do combate.
NÃO DEIXE DE CONFERIR MAIS REVIEWS AQUI OU NA NOSSA CURADORIA NA STEAM.

