O universo dos jogos de estratégia é frequentemente dominado por títulos multijogador competitivos, tornando raros os jogos que se concentram em uma envolvente experiência baseada em história. Nesse cenário, “Gord” se destaca como uma pérola singular. Como entusiasta de estratégia e adepto de experiências para um jogador, encontrei em Gord uma experiência que atendeu plenamente às minhas preferências. Embora não seja isento de falhas, este review aprofundará todos os aspectos desse intrigante jogo.
Minha principal ressalva com Gord surgiu logo no início do jogo. Como alguém familiarizado com os meandros do gênero de estratégia, senti que a fase tutorial arrastou-se desnecessariamente. A sensação constante de ser guiado por caixas de diálogo limitou minha sensação de agência sobre a experiência, contrariando a expertise que muitos jogadores de estratégia já possuem.
Gord, por sua natureza, é um jogo direcionado a um público de nicho, composto por entusiastas de longa data do gênero. No entanto, essa demasia de orientação não é o reflexo desse público especializado. Após superar essa etapa inicial, entretanto, o jogo revela seu potencial inegável. A intriga que emana das sombras, a presença assustadora da escuridão invasora e o folclore que permeia o mundo misterioso são elementos que contribuem para uma experiência envolvente e rica em atmosfera, mesmo tratando-se de um jogo de estratégia.

O ciclo de jogo, embora simples, é eficaz. A exploração do mundo, a coleta de recursos e a construção de uma comunidade – ou um “gord”, como é referido no jogo – são elementos que se amalgamam em meio às realidades cruéis de um mundo dominado pelo sobrenatural. Nesse sentido, a aspereza do ambiente ecoa títulos como Frostpunk e Banished, onde a sobrevivência é tão vital quanto qualquer outra mecânica de jogo. Essa abordagem é apreciável, pois promove a aprendizagem por meio de erros, incentivando a evolução do jogador em um cenário desafiador.
A verdadeira excelência de Gord, entretanto, revela-se nas suas mecânicas e jogabilidade estereotipadas. No mundo de Gord, os deuses manipulam os eventos, horrores ocultos espreitam nas trevas e uma tribo resiliente busca colonizar e sobreviver. A diversidade de criaturas, desde lobos e bandidos até seres sobrenaturais que impactam a sanidade dos membros da tribo, contribui para uma dinâmica cativante e imprevisível.
As missões constituem um adendo bem-vindo à exploração e construção. A necessidade de avaliar cuidadosamente as linhas de produção e investir em unidades para atingir objetivos desafia o jogador a balancear recursos e riscos. A imprevisibilidade resultante pode levar tanto a tragédias quanto a triunfos, acrescentando profundidade à jogabilidade.

Gord destaca-se pela sua re-jogabilidade única, graças ao papel da geração processual. Cenários variados, níveis distintos de ataques inimigos e mudanças no ambiente garantem que cada sessão seja distinta. A variabilidade até mesmo dos horrores que vagam pelo mundo reforça essa sensação de novidade constante.
A pergunta crucial permanece: Devo recomendar Gord? Definitivamente, sim, para os devotos dos jogos de estratégia. Gord oferece uma experiência divertida e repleta de atmosfera envolvente. Embora não revolucione o gênero, ele preenche uma lacuna no cenário de lançamentos, proporcionando uma narrativa centrada no jogador que é tanto refrescante quanto bem-vinda.
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