Meu relacionamento com os RPGs teve início na geração playstation 1, e um dos primeiros jogos desse gênero tão fascinante que tive contato foi justamente o Final Fantasy VII, fiquei maravilhado com a história de cada um de seus personagens. Passei anos re-jogando-o até que surgiu outro jogo com o nome Final Fantasy VII, e eis que seria a história que antecede o jogo que tanto amava. Porém, nem tudo são flores, tentei jogar o Crisis Core no passado por várias vezes e em nenhuma delas tive o mínimo de vontade de continuar além das horas iniciais. Eis que a Square Enix me dá a oportunidade de me frustrar mais uma vez, será?
Para quem não conhece, o Crisis Core é um jogo que originalmente foi lançado no PSP e está ganhando esse remaster em 2022 com o título de Crisis Core – Final Fantasy VII – Reunion. Mas será que o Reunion justica jogar Crisis Core em 2022, ou melhor, será que justifica quem jogou no passado a versão de PSP, voltar a jogar essa nova versão?
Desenvolvedor: Square Enix, TOSE CO., LTD.
Distribuidora: Square Enix
Plataformas: Microsoft Windows, Playstation 4, Playstation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox One X/S
Data de lançamento: 13 de dezembro de 2022
Valor: R$ 219,90 (PC Steam)
Chega de perguntas e vamos as respostas!
Já irei dizendo que enquanto a versão de PSP não me prendeu em nenhuma das várias vezes que tentei jogar, o Reunion me pegou de jeito assim que peguei a primeira batalha, já era tarde da noite e coloquei o jogo para testar por 30 min, só para entender o quanto era pesado para meu PC e como estavam os gráficos, e acabei vendo o sol nascer enquanto jogava a mais de 5 horas ininterruptas.
Diferente do jogo principal, em Crisis Core jogamos apenas com o protagonista, que é o soldado Zack, que chega a ser citado em alguns momentos em Final Fantasy 7, o Crisis Core acontece 7 anos antes do jogo principal, e aqui acontece muita coisa que justifica e explica boa parte da história, tornando esse jogo importantíssimo caso você queira entender por completo a história de Final Fantasy 7. Zack espera subir na hierarquia do programa SOLDIER da Shinra Electric Company com o sonho de se tornar um Soldado de 1ª Classe, o melhor dos melhores, assim como Sephiroth. Ainda hoje é uma ótima história que une perfeitamente os fios de Zack, Cloud e Sephiroth.

O que mais me chamou a atenção, e provavelmente de qualquer pessoa que o veja pela primeira vez, é a qualidade gráfica que teve uma atenção muito especial, nada que se compare aos jogos principais da franquia, porém, o polimento foi muito bem feito e a otimização está maravilhosa, o visual se aproxima do FF7 Remake, reparem que eu não disse que é igual, mas sim, se aproxima, não só a qualidade visual como os elementos visuais em si, menus, fontes etc. Tudo faz lembrar o FF7 Remake.
Sobre a otimização de toda essa beleza achei sensacional, no meu PC que tem configurações medianas atuais, equipado com um processador intel core i5 11400, 32 gb de memória ram e uma Nvidia RTX 3060ti, o jogo rodou perfeitamente com folga em full HD, QHD e até em 4k com todas as opções gráficas no máximo, opções essas que são bem limitadas, sem muitas opções de ajustes além das padrões que são meio que obrigatórias.
Enquanto jogava e me admirava os gráficos, seja a iluminação, textura e reflexos, que diga-se de passagem, dão um show, em algumas cavernas o reflexo das estruturas nas poças de água no chão são sensacionais, era jogando e babando, até o momento em que vi o primeiro summon, Ifrit apareceu e pude ver aquele golpe sensacional, já fiquei louco para ver os demais, e a cada summon mais babação, Bahamut, Odin…

Uma das coisas que não gostei na época do PSP é o esquema de DMW (Digital Mind Wave), que funciona basicamente como um caça níquel, e aqui começam as mecânicas do jogo, mais necessariamente de batalhas, que funciona da seguinte forma. O personagem é solto e controlável, o jogador pode se locomover como bem entender, dentro da área da batalha é claro, ao encostar nos limites uma barra começa a carregar para a fuga, bem padrão de Actions RPGs. Durante a batalha você pode soltar magias (que tiverem equipadas) e itens. Já os summons e ataques especiais, ficam por parte do caça níquel, ou seja, nada de soltar quando quiser, e o fator sorte pode sim te salvar de algumas situações complexas.
Confesso que o esquema de DMW me incomodou mais no passado que agora, e digo mais, após algumas horas de jogo, já estava até gostando da forma como as batalhas são conduzidas e o DMW funciona.
Aqui não se equipa armas ou armaduras, tudo funciona com as matérias e acessórios, matérias podem ser equipadas até 6 e acessórios 4. As matérias além da utilidade básica dela, podem aumentar status, assim como é possível fazer a fusão de matérias para a criação de matérias mais fortes e a inclusão de itens nessa fusão para maximizar os status que a nova matéria concederá, uma forma bem simples e cheia de possibilidades.

Saindo das mecânicas de batalha e indo para a gameplay em si, a história principal é dividida em capítulos, além da história principal, existem algumas missões secundárias no próprio mapa para serem feitas, além delas temos as missões que se encontram no save game. E aqui está acredito eu que o principal ponto negativo do jogo, são 300 ao todo, sim, não é erro de digitação, são trezentas missões, que além da quantidade exagerada, ainda são extremamente simples e sem agregar nada a história. As missões são limitadas a te colocar em uma área com caminhos restritos, na missão pode ou não ter baús, é seguir o caminho e matar o ou os inimigos principais daquela missão. E como não bastasse, dentro das missões, no caminho até o inimigo principal para completar a missão, tem também batalhas aleatórias. Uma delícia para se matar de tédio.
No geral Crisis Core é um jogo excelente, comparado ao original tem uma quantidade suficiente de melhorias e fica nítido que teve muito carinho por parte da Square Enix com esse jogo, comprando com outros títulos que foram lançados pela empresa recentemente, como o Star Ocean The Divine Force, Harvestella etc. O Crisis Core tem literalmente mais visual e melhor performance que qualquer um deles.
Crisis Core Final Fantasy VII Reunion se resume a um visual maravilhoso, jogabilidade fluida, história empolgante e para não ficar 100% um punhado de missões secundárias sem sentido e repetitivas. Fazendo desse jogo um dos melhores RPGs que joguei em 2022.
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