Antro é um daqueles jogos que te pegam de surpresa. Não pelo tamanho ou pela complexidade, mas pela atmosfera densa e pela narrativa que, mesmo curta, consegue prender do início ao fim. Desenvolvido com um visual low poly e uma trilha sonora que gruda na mente, o jogo mergulha o jogador em um futuro distópico onde a sociedade entrou em colapso, e a luta pela sobrevivência se divide entre os opressores da superfície e os oprimidos do subterrâneo.
Gráficos: Simples, Mas Eficientes
Antro não vai te impressionar com texturas ultra-realistas ou efeitos de iluminação que queimam a placa de vídeo, mas isso não é um problema. O estilo low poly usado aqui funciona muito bem, criando um ambiente sujo, claustrofóbico e ao mesmo tempo cheio de personalidade. Os cenários são bem construídos, com detalhes que reforçam a temática de decadência – ferrugem, estruturas corroídas e uma paleta de cores que alterna entre tons soturnos e explosões psicodélicas.

Alguns momentos do jogo são verdadeiras viagens visuais, com efeitos que distorcem a realidade e dão aquele toque alucinógeno que combina perfeitamente com a proposta narrativa. Não é nada revolucionário, mas cumpre o papel e ainda sobra estilo.
Sons: A Alma do Jogo
Se os gráficos já são bons, o áudio é onde Antro realmente brilha. A trilha sonora é um mix de sons ambientais perturbadores, batidas eletrônicas pesadas e momentos de quase silêncio que aumentam a tensão. Os efeitos sonoros também são muito bem trabalhados – desde o eco dos passos nos corredores úmidos até os ruídos mecânicos das estruturas subterrâneas.
O jogo não tem diálogos (pelo menos não da forma tradicional), então a ambientação sonora acaba carregando boa parte da imersão. E faz isso muito bem. Quem joga de fone vai sentir a atmosfera pesada do jogo de uma forma ainda mais intensa.
Jogabilidade: Simples, Mas Funcional
Antro não é um jogo complicado. A movimentação é um pouco lenta, quase cadenciada, o que pode incomodar quem está acostumado com jogos mais ágeis, mas isso parece ser uma escolha proposital para reforçar o clima opressivo. Você não vai encontrar combates complexos ou mecânicas super elaboradas – são alguns inimigos básicos, puzzles bem simples (quase intuitivos) e uma ênfase maior na exploração.

Falando nela, a exploração é recompensada com itens e documentos escondidos que expandem um pouco o lore do jogo. Não espere uma tonelada de conteúdo extra, mas quem se dedicar a fuçar cada cantinho vai sair com uma visão mais completa do mundo distópico que o jogo apresenta.
História: Curta, Mas Impactante
Sem spoilers, a premissa de Antro é bem interessante: a humanidade está no limite, com apenas 1% da população sobrevivente, dividida entre os poderosos da superfície e os escravizados no subterrâneo. O jogo não entrega tudo de mão beijada – boa parte da narrativa é contada através do ambiente e dos coletáveis.
É uma história que poderia render muito mais, mas considerando que o jogo dura em média duas horas, o desenvolvimento acaba sendo um pouco corrido. Mesmo assim, o clima sombrio e os momentos mais “viajantes” conseguram deixar uma boa impressão.
Performance e Valor
Antro roda sem problemas, sem travamentos ou bugs aparentes. É um jogo leve, então não exige muito do hardware. Agora, sobre o preço… Aqui a coisa pode dividir opiniões.
No lançamento, o jogo estava custando R$ 46,99, o que pode parecer um pouco salgado para uma experiência tão curta. Claro, se for comparar com outros jogos indie que duram o mesmo tempo e custam mais caro, até que está no padrão. Mas ainda assim, é aquela coisa: se você é do tipo que prioriza horas de gameplay acima de tudo, talvez espere uma promoção. Agora, se curte experiências mais densas e atmosféricas, mesmo que breves, pode valer a pena.

Conclusão: Vale a Pena?
Antro é um jogo que sabe o que quer ser. Ele não tenta inovar em mecânicas ou entregar uma história épica, mas cria uma experiência coesa, com uma atmosfera pesada e momentos realmente memoráveis. Os gráficos low poly funcionam, o áudio é excelente e a jogabilidade, mesmo simples, cumpre seu papel.
Se você é fã de narrativas ambientais, distopias sombrias e experiências mais curtas porém intensas, Antro é uma boa pedida. Agora, se busca um jogo longo, cheio de ação e desafios complexos, pode acabar ficando com a sensação de que faltou algo.
No fim, a recomendação fica para quem está afim de uma experiência diferente, daquelas que ficam na cabeça mesmo depois do créditos rolarem. É daqueles jogos que, mesmo com seus limites, consegue deixar uma marca. E, às vezes, isso já vale o preço do ingresso.
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