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REVIEW: Waterpark Simulator – Viciante e Imperfeito, Mas Genial

Se você, como eu, já se pegou vendo vídeos de parques aquáticos e pensou “eu faria um muito melhor”, então Waterpark Simulator é praticamente um chamado. Não vou mentir: comprei o jogo meio de bobeira, numa tarde qualquer, e quando vi tinha perdido seis horas seguidas da minha vida. Esse jogo tem um poder absurdo de prender a atenção, especialmente de mentes inquietas que precisam estar sempre fazendo algo. É aquele tipo de experiência que te mantém ocupado, correndo de um lado para o outro, apagando incêndios (ou, no caso, limpando vômitos e consertando toboáguas), e quando você percebe, o dia já acabou.

Vamos mergulhar de cabeça nessa análise técnica, explorando cada aspecto do jogo, desde os gráficos até os detalhes mais cruciais da jogabilidade que podem fazer ou quebrar sua experiência.

Gráficos: Funcionais e Coloridos, com um Charminho Próprio

Waterpark Simulator não vai ganhar prêmios de melhor gráfico do ano, e nem tenta. O jogo é construído em Unity e emprega uma estética low-poly que é, na verdade, bastante eficaz. As cores são vibrantes, os visitantes são facilmente identificáveis (é fácil distinguir o ladrão de hotdog do cliente comum, graças a Deus), e os parques aquáticos que você constrói podem ficar visualmente muito agradáveis.

Onde os gráficos tropeçam um pouco é na consistência. Alguns assets parecem ter uma qualidade ligeiramente superior a outros, o que às vezes quebra a imersão. A iluminação também pode ser um tanto plana em certos momentos do dia. No entanto, os efeitos de água são surpreendentemente bons para um jogo desse nicho, e ver a área lotada, com gente descendo os slides e se divertindo nas piscinas, cria uma atmosfera realmente autêntica de parque aquático. A pintura personalizável de cada elemento, desde o chão até os escorregadores, adiciona uma camada profunda de personalização, mesmo que o processo de pintura em si possa ser um suplício, como vamos discutir mais adiante.

Sons: Atmosfera de Parque Aquático em Sua Essência

A trilha sonora é exactly o que você esperaria: músicas alegres e genéricas de elevador que ficam de fundo enquanto você gere o caos. Ela cumpre seu papel sem se destacar demais. O verdadeiro protagonista aqui é a sonoplastia ambiental.

O som da água corrente, os gritos de alegria (e às vezes de pânico) dos visitantes, o barulho característico de um trampolim sendo usado e até o som satisfatório de martelar um equipamento quebrado – tudo isso se combina para criar uma cacofonia deliciosamente caótica. O jogo faz um excelente trabalho em te fazer sentir dentro de um parque movimentado. A mixagem de sons é clara, e você raramente deixa de ouvir um alerta importante, como um cliente reclamando de sujeira ou o som distintivo de um vandalismo ocorrendo.

Jogabilidade: Caos Gerenciável e Viciante com Alguns Calos

Aqui é onde Waterpark Simulator realmente brilha… e também onde mostra suas maiores arestas. O loop central de jogabilidade é incrivelmente viciante. Você começa com um parque pequeno, com um slide ou dois, e seu trabalho é fazer tudo: vender ingressos, preparar e vender cachorros-quentes e limonada, limpar poças d’água e lixo, consertar equipamentos quebrados e, o mais importante, expulsar malfeitores.

A jogabilidade é hands-on, no melhor sentido da palavra. Você não é apenas um gerente distante clicando em menus; você está dentro do parque, correndo para impedir que um ladrão roube sua comida ou para socorrer um cliente que está se afogando porque o salva-vidas bugou. A física, por vezes hilária, adiciona uma camada de imprevisibilidade. Nada é mais engraçado do que acertar um meliante com um martelo e vê-lo voando em modo ragdoll pelo mapa, só para ele tentar se levantar e escorregar numa poça d’água. São momentos assim que transformam tarefas repetitivas em memórias engraçadas.

No entanto, a jogabilidade não é perfeita. A curva de progressão é um pouco desbalanceada. Por volta da segunda estrela de avaliação do parque, você se encontra num ponto de dor significativo. A quantidade de tarefas manuais – vender, limpar, consertar, parar vândalos – se torna esmagadora, pois você ainda tem acesso a apenas um ou dois funcionários. É um gargalo frustrante que já fez muitos jogadores, inclusive streamers, quase desistirem.

No outro extremo, para atingir a classificação máxima de cinco estrelas, o jogo praticamente para. O objetivo final geralmente envolve juntar uma quantia exorbitante de dinheiro, e como tudo já está atualizado e amplamente automatizado, você fica preso num ciclo de simplesmente esperar o dinheiro entrar, o que pode ser entediante.

O sistema de funcionários é uma faca de dois gumes. Contratar um caixa e faxineiros é essencial. Os salva-vidas são úteis, mas sua IA é falha; se múltiplos incidentes acontecem rapidamente, eles podem “esquecer” de um cliente em perigo. Mecânicos tornam-se quase inúteis no late game, pois os equipamentos quebram com pouca frequência. O maior problema está nos vendedores e, principalmente, nos repositors. O funcionário designado para repor os estoques das barracas de comida simplesmente não funciona direito. Eles são vistos carregando caixas, mas muitas vezes as máquinas ficam vazias, forçando-o a fazer a reposição manualmente.

A gestão de lixo é outro ponto crítico. Os faxineiros só esvaziam as lixeiras quando estão transbordando, mas nesse ponto os clientes já começaram a jogar lixo no chão. Isso cria um ciclo vicioso de sujeira que é difícil de conter. O aspirador de lixo, desbloqueado posteriormente, é ineficaz e não resolve o problema de raiz.

Por fim, a ferramenta de pintura, embora poderosa, é incrivelmente frustrante de usar em grandes estruturas como toboáguas. É fácil ficar preso na geometria do slide ou acidentalmente ativar a animação de descida, interrompendo seu trabalho. Uma opção de “pintar tudo” para áreas grandes seria uma adição bem-vinda.

História: A Jornada do Empresário

Waterpark Simulator não possui uma narrativa tradicional. A “história” é a jornada clássica de um simulador: você é um empreendedor que herdou ou comprou um terreno e deve construir um império de parques aquáticos do zero. A progressão é contada através das metas para ganhar estrelas de classificação, que desbloqueiam novas pesquisas, equipamentos e capacidades.

A motivação vem da satisfação de ver seu parque crescer, da desbloqueação de novos e emocionantes slides e da automação gradual das tarefas tediosas. É uma narrativa de crescimento e eficiência, comum ao gênero, mas executada de forma que mantém o jogador engajado durante a maior parte do processo.

Conclusão: Vale a Pena o Mergulho?

Waterpark Simulator é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogos de simulação dos últimos tempos em seu nicho. Ele evita ser um “asset flip” genérico ou uma piada, oferecendo uma experiência completa e bem pensada, mesmo em acesso antecipado. O preço é mais do que justo para a quantidade de conteúdo e diversão que proporciona.

O jogo é incrivelmente viciante, oferecendo uma enxurrada constante de tarefas que mantêm seu cérebro ocupado e suas mãos cheias. Os momentos de caos e a física imprevisível geram histórias hilárias e únicas. No entanto, ele sofre com problemas significativos de balanceamento, especialmente nos estágios intermediário e final, e com sistemas de IA de funcionários que simplesmente não funcionam como deveriam, principalmente os repositors.

Apesar dessas falhas, a base é sólida e extremamente promissora. Se os desenvolvedores conseguirem polir essas arestas, adicionar mais opções de automação e talvez até mesmo um guarda de segurança para lidar com vandalismo, Waterpark Simulator tem o potencial de se tornar um título lendário no gênero.

Recomendo? Com ressalvas. Se você é fã de simuladores hands-on, não se importa com um pouco de caos e tem paciência para lidar com as idiossincrasias de um jogo em acesso antecipado, então sim, mergulhe de cabeça. A experiência é única e viciante. No entanto, se sua paciência para sistemas quebrados e grind desnecessário é baixa, talvez seja melhor esperar para ver como o jogo evolui com futuras atualizações. Para o preço, é um risco que vale muito a pena correr.

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Apaixonado por games desde sempre, tive o prazer de acompanhar grande parte da evolução dos games. RPG, Ação, Aventura, FPS, etc jogo de tudo.

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